Aerógrafo LEE Ação Simples
Deparando-me com um
tópico do fórum
da webkits postado pelo
modelista Adriano Diniz, ao qual me chamou a atenção pela
sua brincadeira de chamar um
determinado aerógrafo de “CHING LING” , tive
conhecimento de que
os chineses só
não copiaram ainda a mulata brasileira, no mais tudo
já copiaram inclusive
o aerógrafo Badger 350 de ação simples.
Foto 1
O tal genérico do Badger
tem o nome de “LEE” , e me era totalmente desconhecido, inclusive quanto a
sua descrição, me informo daqui e
dali, e para minha total
surpresa descobri também que
o bicho custava menos de 50 reais , o
que era uma
pechincha em termos de aerógrafo.
Meio cético, pensei que deveria ser um daqueles
aerografos de ação simples
de bico reto , que eu
acho uma
droga , para não usar outro
adjetivo.
Fui procurar imagens dele na
internet e nada, mas, outro amigo do
fórum (o Álvaro) sobre este
aerógrafo, colocou uma foto no mesmo no ar e a
ansiedade me encheu os
olhos, pois descobri que não era deste
tipo e sim similar
ao meu Pasche F1, que é o contraposto
do Badger 350.
Fuça daqui e dali
de novo, acabei comprando o
o bicho por apenas
R$33,99 (MATO A COBRA E
MOSTRO O PAU, VEJA ABAIXO) aqui
no RJ, sendo que após testa-lo comprei
mais dois para
dar de presente, pois o
primeiro , que era na verdade o
comprado com esta intenção ,
decidi não mais me desfazer dele e foi
com o qual fiz o teste e analise
abaixo.
Foto 2
Bem , aerógrafos
de ação simples não me são
estranhos, vez que o meu
primeiro aerógrafo foi um Pasche
F1 , comprado do falecido
modelista Walter , uns 15 anos atrás,
os aerógrafos de ação simples funcionam por um
fenômeno de arrasto aerodinâmico chamda
de efeito Bernouli, que em
termos simplificados suga
a tinta do seu
recipiente pela passagem de uma corrente
de ar.
Mas física a
parte, eles tem
como uma das suas
limitações a pouca
regulagem de emissão de
tinta, que é regulada pela abertura ou o
fechamento do bico cônico da sua
agulha; ou seja afrouxando
o bico temos
mais tinta, apertando ele
temos menos tinta, portanto um traço
mais fino ou mais largo.
Vale aqui uma observação, neste
tipo de aerográfo raramente você consegue
fazer uma linha finíssima, com meu pasche eu consigo, mas isto é algo raro neste tipo de aerográfo.
Mas como
eu nunca tinha
visto qualquer análise
ou teste em um aerógrafo seja ação simples ou dupla,
enfim nesta data de 2004 nunca tinha visto este tipo de avaliação, pensei em criar
um padrão de avaliação para este
trabalho, que foi o seguinte .
Para avaliar
o traço usei como
superfície de pintura um
papel milimetrado , afim de
ter uma idéia da espessura
do traço, a distância da
superfície não foi
superior a 5
centimetros, sendo que a tinta usada
foi a tinta Tamiya diluída nas proporções
de 20/1 (fina) e 10/1(grossa), tais
diluições foram diferenciadas
para poder ver o comportamento
face a possíveis entupimentos.
Por ultimo usei
três graduações de pressão 10, 20
e 30 PSI em um compressor
de 1,5 HP com 50 litros
de reservatório, usando também
dois tipos de abertura a que
chamei de TF = traço fino(bico
apertado, vai afinando até começar a soltar
tinta) e TG = traço grosso(bico quase
solto).
Bem aí vai a
parte de análise do produto.
Trata-se de aerógrafo
idêntico ao Badger 350 , tendo
inclusive a palavra “aibrush” gravada
em local idêntico ao do modelo
350 do Badger.
O aerógrafo é
todo em plástico ABS sem qualquer rebarba e com ótimo acabamento, resistente a solventes , pois deixei ele
mergulhado e m thiner por
12 horas como
vou detalhar na descrição da limpeza.
Ele é
vendido em uma
embalagem tipo blister
bem simples, com dois
potes um para colocar
no aerógrafo de 60 ml (VIDE FOTO
ABAIXO) e outro que parece
um becher de laboratório , que não tem
função alguma , a não ser
misturar tintas ou quardar
qualquer sobra destas.
Foto 3
Vem também com
uma mangueira de plástico azul
de 1
metro (VIDE FOTO ABAIXO), para
ligar o aerógrafo ao compressor, alguns critica
a mangueira que
vem com ele achando
ela vagabunda , mas lembro que
o aerógrafo da Testors e o próprio aerógrafo Badger 350 vem com o
mesmo tipo de mangueira, sendo que
a do LEE submeti
ela a pressões
de até 60 PSI sem qualquer dano.
Foto 4
E
convenhamos pelo preço
do aerógrafo, exigir uma mangueira
do tipo da do Badger dupla ação e as do tipo do s
Pasche é querer muito, e descobri
que esta “tripinha” azul dele, dá
bem para o gasto
e aturou com louvor
o tranco que lhe apliquei
com 60 atmosferas.
Mas para aqueles
que mesmo assim queiram substituir ela
por outras, aí vai um banho de água fria, testei a do
Badger dupla ação a do Testor e a
do Pasche e nenhuma casou com a conecção do
corpo do aerógrafo, só não testei a
do Badger 350 que é igual
a do aerógrafo, se não me
engano muda só
a cor da mangueira, a
rosca de conecção no compressor
pelo menos é idêntica, isto é
se usando uma
peça de adaptação que vem junto
com o aerógrafo (VIDE FOTO ABAIXO) .
Foto 5
Outro acessório que
acompanha ele, é um
adaptador da mangueira para garrafas
de ar, mas acho que este tipo de acessório é totalmente
supérfluo , pois nunca vi este
tipo de garrafa
vendendo por aqui no Brasil (VIDE FOTO ABAIXO) .
Foto 6
O gatilho é
muito confortável , tanto quanto
a pressão para acionamento quanto a
sua postura , seja em
quaisquer das pressões submetidas ; mas infelizmente ele tem
um inconveniente de ser tudo ou nada, como se
pode ver nos
disparos do gráfico,
com traço grosso com tinta bem diluída, ficou tudo um
borrão só, faltou aquele meio termo
entre o aberto
e o fechado , mas levo
em conta também a
minha inexperiência com
o modelo e pelo gatilho estar muito novo, o que ocasiona
o chamado “disparo” pelo
ajuste ainda não ter um certo desgaste que
propicie um acionamento gradual.
Pelo mesmo motivo ,
nos vários desenhos
que fiz no papel, ocorreu o
que chamo de borrão
de início de traço.
Repare ainda, que na
diluição de 20/1, com pressões
crescentes de 10 , 20 e
30 PSI, os borrões diminuíram com
o aumentar progressivo da pressão.
O
bico injetor e a
aspersão são regulados por uma
rosca, apertado ela temos
menos tinta e afrouxando temos mais tinta, o bico
é limpo retirando-se este bico para a
limpeza, depois de afrouxar
uma contra rosca, o que
é de uma
simplicidade única e maravilhosa ;
digo isto pois
no Pasche F1 esta mesma operação é
feita retirando-se um
minúsculo ( quase microscópio)
parafuso Allen que sempre
teima em cair no chão, além
do inconveniente de ter de usar este
tipo de chave para desmontagem, assim
mais um ponto para
o Ching Ling , Ops ! LEE.
Um ponto que pode ser
preocupante no aerógrafo, é que ele
tem duas arruelas
de borracha (VIDE FOTO ABAIXO),
uma no injetor
e outra no
bico do corpo dele, que
com o tempo vão se
romper, e aí o que
fazer você se
pergunta ?
Foto 7
Faz o seguinte, ao invés de
comprar outro aerógrafo,
peque com os
seus amigos fumantes um
isqueiro Cricket usado e abra ele,
a válvula dele e VOIALÁ! ele usa
um idêntico tipo de arruela,
problema resolvido, descobri isto
usando o
Pasche, que tem
uma destas arruelas e
o Ájax me mostrou aonde achar elas; vejam elas na foto acima.
E desmontando
a peça que
vem com ele para adaptar a garrafas de Oxigênio (VIDE FOTO ABAIXO), descobri que
ela vem com
mais uma destas arruelas, como
é bem provável
que não se use esta
peça você já
tem uma sobressalente em mãos.
Foto 8
Em tempo fui recentemente a
busca de um
outro modelo da Lee de
um aerógrafo dupla ação da Lee
que comentaram no mesmo
tópico sobre o Lee, mas
ele estava esgotado, mas o interessante
para este tópico é que eles
tinham agora um
outro set com
este ação simples
que vem com um vidro outro vidro de 60ml no lugar
do grande que
vem com o
que eu comprei, que
eu acho mais vantajoso, pois o
vidrão do meu set tem
muito pouca serventia, já um igual ao de
aspergir tinta é
bem útil em caso de quebra do primeiro.
Ele vem também com uma mangueira
idêntica, só que preta. E uma chave combinada de boca e fenda, a boca para
acoplar o adaptador no compressor e a fenda para abrir o mecanismo do gatilho.
Esta chave, também é quase
inútil, pois a peça de adaptação não precisa de força para acoplar, basta usar
as mãos e dá tudo certo, e a fenda no gatilho eu desaconselho, pois não há
necessidade de desmonte, mesmo que seja para “amaciar” o gatilho, pois quem
desmonta corre o risco de empenar ou quebrar uma delicada mola de retorno do
gatilho que fica após o parafuso de desmonte.
E o ultimo item que vem de
diferente neste set, é uma lata de ar comprimido para acoplar naquela peça de
adaptação que falei acima, eu nunca vi elas sendo vendidas avulsas por estas
bandas e desaconselho a compra tanto por custo benefício como por baixa
eficiência.
Alem disto, devido a não serem
encontradas, podem gerar uma idéia de asno, que é a de recarregar ele com
pressão, o que certamente, friso o certamente, vai ter conseqüências
explosivas, visto que ela não comporta este tipo de pressão reversa, e para
quem já fez a experiência de colocar uma lata com pressão no fogo sabe do que
estou falando.
O manual que acompanha
o aerógrafo não passa
de uma impressão em
folha A4 que não dá para
ler coisa alguma,
ou seja não
serve para porcaria
alguma alem de ser
jogada fora (veja imagem
no final da matéria).
Já quanto ao
consumo de tinta
achei ele normal, pois consumo
de tinta
é mais dedo
frouxo e falta
de regulagem que outra coisa.
A limpeza após o uso
foi feita da seguinte maneira, dei uma fechada
com o dedo na frente do aerógrafo
ligado, realizando assim a chamada retro-lavagem por uns 2 minutos, depois
desmontei ele e lavei com Thinner e o
bichinho estava pronto para outra pintada.
Mas como queria testar a resistência
dele a solventes deixei ele desmontado e mergulhado em Thinner 2000, das 14:00 às 8:00
e nada aconteceu passando ele neste
teste doido de risco , o qual não
recomendo a repetição do mesmo , muito embora
ele tenha sido aprovado.
Abaixo os gráficos
do teste.
Obs: aonde se lê nos gráficos ATM
, leia-se PSI
10 PSI
Foto 9
20 PSI
Foto 10
30 PSI
Foto 11
repare que o
traço grosso acima deu uma
entupidinha repeti abaixo e a coisa
saiu.
Abaixo exercício e desenhos diversos:
Sumário dos desenhos abaixo:
1 a 8 – bolas com aberturas crescentes (8 é a máxima)
9 – ponto 0,5 cm , distância 2
cm com abertura
fina
10 – traço com abertura regulada
e pressão de 30 PSI
10A – IDEM, com pressão 20 PSI
11 e 13 círculos com pressões de 30 e 40 PSI respectivamente
12 e 14 - quadrados
e triângulos com pressão de 40 PSI
15 - linha
sinuosa feita com 30 PSI
16,17 e 18 – linha de 3 bolas com pressões respectivas de 60, 40
e 30 atmosferas
19 – desenho feito com pressão descreciva de 40 para 30 PSI, da parte
superior para a inferior.
Todos desenhos feitos
com tinta diluída
em 20/1
Usado compressor de 1,5 HP com
reservatório de 50 litros cheio.
Foto 12
Foto 13
manual do aerógrafo
Foto 14
Foto 15
Conclusão - é um aerógrafo muito simples e claro não pensem que eu estou analisando eles de igual para igual com aerógrafos top de linha, mas pensem assim, o modelismo está se tornando cada vez mais caro e com poucos modelistas novos no hobby e claro que um equipamento geralmente caro e fundamental para resultados de bom nível, sendo vendido por um preço barato, seria um ponto de partida mais que interessante e estimulante para estes novos modelistas.
João Gilberto A. Pontes
Nenhum comentário:
Postar um comentário